O que é esteatose hepática?

 A esteatose hepática é uma doença caracterizada pelo depósito anormal de gordura no fígado. As principais causas da esteatose hepática são o consumo excessivo de álcool e a disfunção metabólica.

A esteatose hepática não alcoólica, também conhecida como disfunção metabólica associada a esteatose hepática (MASLD, que em inglês é metabolic dysfunction-associated steatotic liver disease) é uma doença assintomática. A ciência ainda não explica completamente como ela se desenvolve, mas sabe-se que está relacionada a uma disfunção metabólica cujos fatores de risco são: obesidade, diabetes, dislipidemia e hipertensão arterial.

A esteatose hepática não alcoólica pode evoluir para cirrose?

Sim. O risco de evoluir para cirrose existe, mas é bem menor que o risco da esteatose hepática alcoólica.

Quais as complicações da disfunção metabólica relacionada a esteatose hepática?

A principal complicação da esteatose hepática não alcoólica é o aumento do risco cardiovascular, ou seja, risco de infarto e acidente vascular cerebral.

O fígado gorduroso é um marcador de disfunção metabólica e de alterações no metabolismo das gorduras e do açúcar.

Como é feito o diagnóstico da esteatose hepática?

O diagnóstico de disfunção metabólica relacionada a esteatose hepática não alcoólica é feito quando um exame de ultrassonografia de abdome evidencia acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática) e há pelo menos um dos seguintes fatores de risco: diabetes, dislipidemia ou obesidade, na ausência de consumo de álcool maior que 20 g por dia para mulheres ou maior que 30 g por dia em homens.

Se houver um consumo de álcool superior a 20 g por dia em mulheres o 30 g por dia em homens não se pode afastar a etiologia alcoólica como causa da esteatose hepática.

Consumo superior a 60 g por dia em homens e 50 g por dia em mulheres configura consumo excessivo de álcool que quando associado ao achado de esteatose hepática no ultrassom de abdômen sugere o diagnóstico de esteatose hepática de etiologia alcoólica. Essa condição tem um risco maior de evoluir para cirrose hepática do que a esteatose hepática não alcoólica.

Qual o tratamento da esteatose hepática não alcoolica?

O tratamento se baseia em tratar o diabetes e a dislipidemia, ou seja, manter os níveis de glicose e colesterol no sangue dentro das metas de tratamento. A perda de peso é parte importante do tratamento e deve ser gradual porque o emagrecimento rápido demais pode piorar a esteatose hepática.

O que fazer para melhorar a esteatose hepática?

Seguir corretamente a prescrição dos medicamentos. Lembre-se a doença pode ser a mesma, mas ela se manifesta de forma diferente em cada pessoa. Portanto, não se automedique e siga corretamente as orientações do seu médico.

Evitar consumo de álcool porque pode agravar a doença.

Praticar atividades físicas regulares. Caminhadas de 30 minutos 5 vezes por semana pode ser um bom começo.

Manter um acompanhamento periódico para acompanhamento do seu processo de emagrecimento, mudança de hábitos alimentares e principalmente para detectar precocemente novas doenças metabólicas ou complicações cardiovasculares.

Esteatose hepática é o acúmulo de gordura no fígado que pode evoluir para cirrose. Ela pode ser causada pelo consumo excessivo de álcool ou por uma disfunção metabólica na presença de fatores de risco como obesidade, diabetes, dislipidemia e hipertensão arterial.

Como saber se o meu tratamento está funcionando?

Infelizmente não temos um parâmetro direto para acompanharmos a melhora da esteatose hepática. É muito comum os pacientes acreditarem que a visualização da diminuição da gordura no fígado pela ultrassonografia de abdome seja uma maneira de saber se a doença está melhorando. Mas infelizmente esse não é um bom parâmetro. O que temos no momento são parâmetros laboratoriais, como o controle da glicemia, hemoglobina glicada, níveis de colesterol e ferritina. Apesar do fígado ser um órgão do aparelho digestório, a disfunção metabólica relacionada à esteatose hepática é uma doença metabólica bastante estudada pelos cardiologistas.

Portanto, se você for ao cardiologista e ele te solicitar uma ultrassonografia de abdome, não ache estranho. O seu cardiologista está buscando marcadores de disfunção metabólica para fazer uma melhor previsão do seu risco cardiovascular.

Dra. Virginia Braga Cerutti Pinto

Médica cardiologista pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Atuação médica com foco na manutenção e recuperação da saúde para que as pessoas vivam mais e com qualidade de vida física e mental. Paixão pela área de diagnóstico e tratamento das arritmias cardíacas. O coração tem um circuito elétrico incrível e apaixonante.

CRM: 117.977 – SP

RQE Cardiologia: 41.828

RQE Clínica Médica: 41.829

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